quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Martha Medeiros.

Nossos olhos se cruzaram e eu tive certeza de que era ele. Que seria meu. Que era o amor que eu aguardava. Então ele passou por mim, e eu por ele, cada um no seu caminho. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir de uma época bonita que foi vivida. Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Então eu disse a ele — e foi a única coisa dita: se isso tudo acabar agora, vai ter valido a minha vida. E o beijei. Nem mil anos bastariam para eu assimilar tudo o que sinto e acomodar toda essa trupe em mim. Você já ficou com a boca seca diante de uma pessoa? Já teve receio de ela estar ouvindo as batidas do seu coração? Podemos não acreditar no que nossos olhos vêem, mas não podemos desacreditar no que sentimos. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete, feito manteiga. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.

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